\u201cTerral\u201d, nome dado ao vento mais favor\u00e1vel ao surf, ou \u201co vento que vai da terra para o mar\u201d, batiza o novo projeto de Pedro Lu\u00eds e Yuri Queiroga. Como o som, que na f\u00edsica \u00e9 onda e seu deslocamento no ar, este encontro resulta de fazer m\u00fasica com muita onda: surfistas sonoros, os artistas avan\u00e7am juntos nessas \u00e1guas, em despretensiosas revisitas de can\u00e7\u00f5es de Pedro sob o olhar de produtor instigado de Yuri com um repert\u00f3rio que \u201cvai das coisas do cora\u00e7\u00e3o ao amor pela natureza, passando pelas janelas da cr\u00f4nica social. As can\u00e7\u00f5es se sucedem num concerto pop, um eletro org\u00e2nico que vai da mais sutil e branda can\u00e7\u00e3o a um maremoto rock\u2019n roll brazuka\u201d, explica Pedro Luis.<\/p>\n\n\n\n

O trabalho tem a assinatura da dupla de m\u00fasicos parceiros, que se desafiaram a partir de composi\u00e7\u00f5es cl\u00e1ssicas de Pedro Lu\u00eds \u2013 com temas que infelizmente, do ponto de vista s\u00f3cio-cultural brasileiro, ainda s\u00e3o atuais – e a produ\u00e7\u00e3o personal\u00edssima de Yuri Queiroga, por um vi\u00e9s mais eletr\u00f4nico que resulta em uma m\u00fasica eletro-org\u00e2nica. As letras fortes e o ritmo dan\u00e7ante em total sintonia entre percuss\u00f5es e beats fortalecem o discurso, que fala sobre a mis\u00e9ria, o amor, o cotidiano, a fam\u00edlia e as urg\u00eancias da pauta ambiental.<\/p>\n\n\n\n

O processo de feitura do trabalho re\u00fane m\u00faltiplas e inusitadas sonoridades e linguagens em um \u201c\u00e1lbum-concerto\u201d, em que a dupla \u00e9 a \u201cbanda sinf\u00f4nica\u201d – tanto descarregando seus multi-instrumentos gravados para serem disparados, quanto performando ao vivo. Os v\u00eddeos que acompanham as m\u00fasicas ganham especial destaque, com imagens subaqu\u00e1ticas do acervo dos mergulhadores Ricardo Gomes e Doug Monteiro, editadas por J\u00e9ssica Leal, a exemplo de \u201cMis\u00e9ria S.A\u201d (com siris em disputa e tartarugas pedindo ajuda), \u201cSangue soa\u201d (com pescadores artesanais explorando a natureza com pouco impacto), \u201cMis\u00e9ria no Jap\u00e3o\u201d (com imagens de pl\u00e1sticos, m\u00e1scaras e outros lixos humanos no mar e nas praias) e \u201cBatalha naval\u201d (com peixes e tubar\u00f5es cuja apar\u00eancia \u00e9 assustadora e s\u00e3o marginalizados e tidos como perigosos sem de verdade serem).<\/p>\n\n\n\n

O repert\u00f3rio, segundo Yuri, fala da intera\u00e7\u00e3o com o meio ambiente e, em rela\u00e7\u00e3o ao vento terral, indaga: \u201cQue ventos a gente quer enviar daqui da terra pro mar.”<\/p>\n\n\n\n

\u201cO baile t\u00e1 posto, o passo \u00e9 livre e a melhor onda ser\u00e1 com voc\u00eas. Venham!\u201d, convidam os m\u00fasicos, que tamb\u00e9m sugerem: \u201cSeja um bom vento terral! Coloque seu fone, d\u00ea play no disco e recolha um lixo da praia!”.<\/p>\n\n\n\n

SERVI\u00c7O:<\/p>\n\n\n\n

FIG – Festival de Inverno de Garanhuns 30 anos.<\/p>\n\n\n\n

DATA: 29-7<\/p>\n\n\n\n

HORA: 19H<\/p>\n\n\n\n

LOCAL: PALCO POP<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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