Na encruzilhada de estudos coletivos, o\u00a0Projeto “Corpoesia \u2013 A cor da exclus\u00e3o\/@danca.inflamada” tem poesia de Fran\u00e7a de Olinda, dan\u00e7a de Marcela Rabelo, fotografia de Marlom Meirelles e m\u00fasica de Felipe Fran\u00e7a (filho do poeta)<\/em><\/h4>\n\n\n\n

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  A obra de Fran\u00e7a vive e resiste na mem\u00f3ria daqueles que tiveram a sorte de esbarrar com o ativista po\u00e9tico declamando a sua arte em alguma ladeira de Olinda. Falecido em 2007, sendo um dos nomes mais atuantes da hist\u00f3ria do movimento de poesia marginal de Pernambuco, o artista independente abordava de maneira perform\u00e1tica e expressiva as tem\u00e1ticas raciais e sociais, buscando uma maior conex\u00e3o com a sua ancestralidade e luta dos oprimidos. Amigos e poetas tamb\u00e9m chamavam Fran\u00e7a de Exu liter\u00e1rio, em refer\u00eancia ao orix\u00e1 que abre caminhos.<\/p>\n\n\n\n

  Dos quatro cantos da Cidade Alta para o universo da videodan\u00e7a\/videopoesia, trechos da colet\u00e2nea “Poeminflamado”, que re\u00fane a obra do poeta Fran\u00e7a de Olinda, ganham corpo e voz tridimensional no projeto “Corpoesia \u2013 A cor da exclus\u00e3o\/@danca.inflamada”. A pesquisa investiga atrav\u00e9s da poesia de Fran\u00e7a, da dan\u00e7a de Marcela Rabelo, da fotografia de Marlom Meirelles e da m\u00fasica de Felipe Fran\u00e7a (ou Francinha, filho do poeta) a cultura ind\u00edgena e afro-brasileira. Essa \u00faltima reverenciada atrav\u00e9s do estudo dos “\u00edtans” – palavra em Iorub\u00e1 que designa os contos m\u00edticos e relatos hist\u00f3ricos sobre os orix\u00e1s. Ao todo s\u00e3o oito videodan\u00e7as\/videopoesias que podem ser assistidas no canal do Youtube “Corpoesia Dan\u00e7a” \u2013 o link tamb\u00e9m est\u00e1 na bio do Instagram @dan\u00e7a.inflamada. O projeto tem incentivo do Edital de Pesquisa e Forma\u00e7\u00e3o da Lei Aldir Blanc (LAB PE).<\/p>\n\n\n\n

  “Mergulhar atrav\u00e9s da dan\u00e7a nos \u00edtans \u00e9 buscar a compreens\u00e3o da forma\u00e7\u00e3o de diversos aspectos de nossa pr\u00f3pria cultura. A proposta da s\u00e9rie de videodan\u00e7as busca refor\u00e7ar a ideia de tornar mais vis\u00edveis outras formas de saberes que foram subalternizadas pelos processos de colonialidade e evidenciar a afroperspectividade, onde pensamento \u00e9 movimento de ideias corporificadas. Neste caminho, a obra do poeta Fran\u00e7a dialoga diretamente com o desejo do nosso projeto de dar ‘<\/em>voz tridimensional’ e maior visibilidade a conte\u00fados da cultura afro-brasileira, ind\u00edgena e pernambucana”, <\/em>explica Marcela Rabelo<\/strong>, bailarina, brincante, professora de dan\u00e7a e pesquisadora em videodan\u00e7a e dan\u00e7as populares de Pernambuco – quem traduz no corpo a pesquisa com a poesia de Fran\u00e7a, em cena nas oito videodan\u00e7as\/videopoesias.<\/p>\n\n\n\n

  Com forma\u00e7\u00e3o art\u00edstica voltada para a valoriza\u00e7\u00e3o da cultura negra e ind\u00edgena, o filho do poeta Fran\u00e7a, Felipe Fran\u00e7a (Francinha), que \u00e9 m\u00fasico, pesquisador, produtor cultural, candomblecista, fot\u00f3grafo, arte-educador em cultura popular e diretor musical \u00e9 quem assina todo o projeto de som. O desenho sonoro (Sound Design) da pesquisa \u00e9 fruto de uma parceria de Francinha com o m\u00fasico e compositor Valdi Afonjah. J\u00e1 no processo de pensar em coletivo a tradu\u00e7\u00e3o desta pesquisa em registros de videopoesias\/videodan\u00e7as, soma-se a experi\u00eancia e o olhar do cineasta pernambucano, diretor, produtor, editor, roteirista e fot\u00f3grafo Marlom Meirelles.<\/p>\n\n\n\n

  Pela forma\u00e7\u00e3o multidisciplinar, em algumas das videodan\u00e7as\/ videopoesias durante o processo da pesquisa, Francinha e Marcela tamb\u00e9m exercitaram e se revezaram em algumas das fun\u00e7\u00f5es do audiovisual, sob a orienta\u00e7\u00e3o de Marlom. Felipe Fran\u00e7a, por fotografar e por sua experi\u00eancia de vida e conhecimento das rela\u00e7\u00f5es dos \u00edtans com as religi\u00f5es de matriz africana, realizou fotografias (still) e captou imagens para os v\u00eddeos. J\u00e1 Marcela Rabelo, pela concep\u00e7\u00e3o da pesquisa e na constru\u00e7\u00e3o da narrativa\/dramaturgia da dan\u00e7a apresentada no projeto, tamb\u00e9m realizou a edi\u00e7\u00e3o dos epis\u00f3dios.<\/p>\n\n\n\n

   “Nos \u00ectans e nas poesias de Fran\u00e7a, nos encontramos na busca por uma investiga\u00e7\u00e3o e cria\u00e7\u00e3o art\u00edstica que n\u00e3o negligencia a experi\u00eancia de n\u00f3s mesmos, considerando o contexto que permeia a vida, a ancestralidade, a hist\u00f3ria e o fazer art\u00edstico singular de cada um, em uma encruzilhada de dan\u00e7a-m\u00fasica-imagem: Corpoesia. Que o Exu liter\u00e1rio esteja no meio de n\u00f3s!”<\/em>, declamam Felipe Fran\u00e7a, Marcela Rabelo e Marlom Meirelles.<\/strong> <\/p>\n\n\n\n

  VIDEODAN\u00c7A LAROY\u00ca | NOSSO POVO D\u00c1 GARGALHADAS<\/strong><\/p>\n\n\n\n

  Gravada em Serra Negra \u2013 Pernambuco.<\/strong><\/p>\n\n\n\n

  Poesia: Nosso Povo D\u00e1 Gargalhadas (Fran\u00e7a de Olinda)<\/strong><\/p>\n\n\n\n

  \u00cctan: Exu ganha o poder sobre as encruzilhadas.<\/strong><\/p>\n\n\n\n

  A videodan\u00e7a parte de uma das poesias de Fran\u00e7a de Olinda e de uma reflex\u00e3o sobre nossa identidade e nossas a\u00e7\u00f5es enquanto povo, por meio de um pensar sobre a for\u00e7a motriz, as hist\u00f3rias e os arqu\u00e9tipos de Exu e Pombagira. Prop\u00f5e refletir sobre o conceito de feminino, sobre a ideia de povo\/na\u00e7\u00e3o e o rol em que a mulher se apresenta dentro de uma perspectiva afrocentrada e decolonial. Atrav\u00e9s destas refer\u00eancias, grita o corpo e o ser mulher no mundo e neste Pa\u00eds como lugar de guerra, enfrentamento, e o coloca como representante do “NOSSO POVO”. Buscando um estado em que arte, liberdade, corpo, povo e na\u00e7\u00e3o s\u00e3o ideias insepar\u00e1veis. Encontra acolhimento com o pensamento de um “corpo de mulher”\/”corpo de povo” na encruzilhada, resistindo em seu caos, reaprendendo tudo, reinventando o passado, reinaugurando um presente e um futuro de mais equidade e respeito.  <\/p>\n\n\n\n

  VIDEODAN\u00c7A PATAKORI | E EU PENSANDO…<\/strong><\/p>\n\n\n\n

  Gravada em Bezerros e Gravat\u00e1 – Pernambuco.<\/strong><\/p>\n\n\n\n

  Poesia: E eu pensando… (Fran\u00e7a de Olinda)<\/strong><\/p>\n\n\n\n

  \u00cctans: <\/strong>Ogum mata seus s\u00faditos e \u00e9 transformado em Orix\u00e1 e Ogum conquista para os homens o poder das mulheres. <\/strong><\/p>\n\n\n\n

  A videodan\u00e7a se debru\u00e7a nas palavras e no movimento proposto pelo poema de Fran\u00e7a de Olinda para refletir sobre as rela\u00e7\u00f5es entre uma constru\u00e7\u00e3o de vida (do indiv\u00edduo e da sociedade) pautada no progresso desenfreado, e, na contram\u00e3o, uma outra que prioriza os sentimentos, emo\u00e7\u00f5es e desejos humanos de bem-estar e coletividade. Traz, atrav\u00e9s dos movimentos e das imagens na videodan\u00e7a\/videopoesia, dois \u00ectans de Ogum (orix\u00e1 ligado ao ferro, \u00e0s engrenagens e m\u00e1quinas), como lugar de reflex\u00e3o e aprendizado acerca do poder do reconhecimento do erro, do arrependimento, da import\u00e2ncia do equil\u00edbrio entre masculino e feminino, e lugar de questionamento sobre o que de fato \u00e9 progresso.   <\/p>\n\n\n\n

  VIDEODAN\u00c7A <\/strong>Y\u00ca Y\u00ca \u00d4 KUNH\u00c3 | A LINHA DO RIO<\/strong><\/p>\n\n\n\n

  Gravada em Bonito \u2013 Pernambuco.<\/strong><\/p>\n\n\n\n

  Poesia: A linha do rio (<\/strong>Fran\u00e7a de Olinda)<\/strong><\/strong><\/p>\n\n\n\n

  \u00cctans: Oxum fica pobre por amor a Xang\u00f4 e Oxum faz as mulheres est\u00e9reis em repres\u00e1lia aos homens.<\/strong><\/p>\n\n\n\n

  Estudos ind\u00edgenas: Cosmologia ind\u00edgena x a import\u00e2ncia e a rela\u00e7\u00e3o com rio (Cobra-canoa\/ cobra-grande).<\/strong><\/p>\n\n\n\n

  A videodan\u00e7a parte, atrav\u00e9s da poesia de Fran\u00e7a de Olinda, para um pensar sobre a natureza\/mulher e sua import\u00e2ncia enquanto geradora da vida. Passeia por \u00ectans do orix\u00e1 Oxum (ligada \u00e0s \u00e1guas doces, ao amor e \u00e0 fertilidade) e por cosmovis\u00f5es ind\u00edgenas (cobra-canoa\/cobra-grande) que tratam o rio como lugar de riqueza e de for\u00e7a geradora para a exist\u00eancia dos seres humanos. O rio \u00e9 uma mulher, \u00e9 o caminho gerador e o pr\u00f3prio corpo e mente humanos.<\/strong><\/p>\n\n\n\n

  VIDEODAN\u00c7A OB\u00c1 KOSS\u00d4 | ELEGEM UM REI…<\/strong><\/p>\n\n\n\n

  Gravada em Serra Negra e Olinda \u2013 Pernambuco.<\/strong><\/p>\n\n\n\n

  Poesia: trecho de <\/strong>Constata\u00e7\u00e3o<\/em><\/strong> <\/strong>(Fran\u00e7a de Olinda)<\/strong><\/p>\n\n\n\n

  \u00cctans: Xang\u00f4 \u00e9 escolhido rei de Oi\u00f3 e Xang\u00f4 torna-se rei de Coss\u00f4.<\/strong><\/p>\n\n\n\n

  Videodan\u00e7a parte de um trecho do poema Constata\u00e7\u00e3o de Fran\u00e7a de Olinda e de alguns do itans do orix\u00e1 Xang\u00f4 (relacionado ao fogo, \u00e0 justi\u00e7a e ao trov\u00e3o) para trazer quest\u00f5es acerca do racismo epist\u00eamico (presente na academia, literatura e nas narrativas hist\u00f3ricas do Brasil), bem como o conceito de Justi\u00e7a Cognitiva, de Boaventura de Sousa Santos. Ler, falar e dan\u00e7ar a poesia de Fran\u00e7a de Olinda, assim como refletir sobre os \u00ectans, coloca-se como uma interroga\u00e7\u00e3o das nossas pr\u00e1ticas di\u00e1rias e em nossas escolhas de leitura. “Visibilizar formas de saber, com destaque para o conhecimento subalternizado, por vezes reduzido e silenciado pelos processos de colonialidade” \u00e9 o grito j\u00e1 h\u00e1 muito existente na poesia de Fran\u00e7a em “fazer uma guerra, sem tr\u00e9guas, sem bombas, sem par. Uma guerra na rua, no trabalho, na escola, na casa: olhar com altivez e nunca na vida a cabe\u00e7a baixar”.    <\/p>\n\n\n\n

  VIDEODAN\u00c7A EPAHEY OY\u00c1 e YVIR\u00c1-NHENRY | UMA DEUSA DO FOGO<\/strong><\/strong><\/p>\n\n\n\n

  Gravada em Jacum\u00e3 \u2013 Para\u00edba.<\/strong><\/p>\n\n\n\n

  Poesia: Uma Deusa do Fogo (Fran\u00e7a de Olinda)<\/strong><\/p>\n\n\n\n

  \u00cctans: Oi\u00e1 usa a po\u00e7\u00e3o de Xang\u00f4 para cuspir fogo, Oi\u00e1 transforma-se no rio N\u00edger, Ians\u00e3 ganha atributo dos seus amantes.<\/strong><\/p>\n\n\n\n

  Estudos ind\u00edgenas:  O pensamento sobre Yvir\u00e1-nhenry<\/em>na obra O Trov\u00e3o e o Vento de KakaWer\u00e1, \u00edndio Tapuia, escritor e pesquisador da cosmovis\u00e3o tupi-guarani.<\/strong><\/p>\n\n\n\n

  Neste epis\u00f3dio em videodan\u00e7a\/videopoesia, a pesquisa se debru\u00e7ou no poema Uma Deusa do Fogo<\/em> para negritar e dar mais visibilidade aoutras possibilidades do “ser mulher”. Dentro desta perspectiva, atrav\u00e9s dos \u00ectans e de alguns pensamentos presentes na cosmovis\u00e3o tupi-guarani (no que diz respeito ao elemento e \u00e0 natureza do fogo) o epis\u00f3dio busca tamb\u00e9m outra ideia de feminino. Nos \u00ectans de Oy\u00e1 (orix\u00e1 que remete,entre outras atribui\u00e7\u00f5es, aos ventos, as tempestades, aos raios e ao fogo),encontramos uma mulher que subverte a l\u00f3gica da passividade, apodera-se e se mune de ferramentas e elementos para guerrear e buscar equidade de poderes. Tamb\u00e9m nesta perspectiva, como diz o poema “Uma Deusa do Fogo\/ me lambe a mente\/ me queima a semente de uma nova id\u00e9ia…” busca-se refletir sobre a ideia de fogo e da \u00e1rvore do pensamento Yvir\u00e1-Nhenry, <\/em>presente na pesquisa do escritor KakaWer\u00e1. Para ele, “na sabedoria ancestral, se diz que o fogo do esp\u00edrito est\u00e1 oculto como uma semente no cora\u00e7\u00e3o. \u00c9 preciso despert\u00e1-lo. Para que isso ocorra, \u00e9 necess\u00e1rio dissolver falsas cren\u00e7as internas penduradas em nossa \u00e1rvore de pensamento (yvir\u00e1-nhenry)”. <\/em>Atrav\u00e9s do estudo dos \u00ectans e da cosmovis\u00e3o tupi-guarani trazida por Kak\u00e1 Wer\u00e1, \u00e9 poss\u00edvel repensar as ideias, pensamentos e palavras historicamente vinculadas \u00e0 mulher.  Quais cren\u00e7as que limitam o “ser mulher” precisamos dissolver\/queimar na busca por equidade?<\/p>\n\n\n\n

  VIDEODAN\u00c7A SALUBA | DAN\u00c7O A DAN\u00c7A E NAN\u00c3 BURUK\u00ca<\/strong><\/strong><\/p>\n\n\n\n

  Gravada em Tabatinga – Para\u00edba<\/strong><\/p>\n\n\n\n

  Poesias: Dan\u00e7o a Dan\u00e7a que \u00e9 Nan\u00e3 Buruk\u00ea (Fran\u00e7a de Olinda)<\/strong><\/p>\n\n\n\n

  \u00cctan: Nan\u00e3 fornece a lama para a modelagem do homem.<\/strong><\/p>\n\n\n\n

  Nesta videodan\u00e7a\/videopoesia, encontramos um caminho de reflex\u00e3o sobre o tema do ciclo da vida e da morte, e de um pensar sobre nossas a\u00e7\u00f5es enquanto seres humanos para com o corpo da terra\/natureza, da qual n\u00f3s somos parte. Este pensamento \u00e9 refor\u00e7ado aqui atrav\u00e9s de dois poemas de Fran\u00e7a na obra Poeminflamado (2012). Em “Dan\u00e7o a dan\u00e7a” os temas da morte <\/em>e da dan\u00e7a<\/em> colocados em conjunto como lugar de aprendizado e de afago das “durezas da vida”. Em “Nan\u00e3 Buruk\u00ea”, poesia intitulada com o nome da Orix\u00e1 Nan\u00e3 (que remete \u00e0 sabedoria, ao ciclo vida-morte, \u00e0s \u00e1guas paradas, aos manguezais e ao barro que modela os seres humanos), encontramos o questionamento da nossa responsabilidade sobre as doen\u00e7as mundanas que n\u00f3s mesmos criamos, e, ao mesmo tempo, o clamor de piedade a uma senhora e grande-m\u00e3e.  Nos \u00ectans de Nan\u00e3 tamb\u00e9m pode-se refletir sobre a equidade de g\u00eaneros, pois \u00e9 apenas atrav\u00e9s da for\u00e7a deste orix\u00e1 feminino que \u00e9 poss\u00edvel obter a mat\u00e9ria para a modelagem dos seres humanos. \u00c9 do barro de Nan\u00e3 que somos feitos, e \u00e9 para ele, que no aprendizado do ciclo de vida-morte retornaremos. O poeta diz “Me solta Nan\u00e3, Buruk\u00ea me prende”. Somos a pr\u00f3pria natureza no aprendizado de si mesma.<\/p>\n\n\n\n

  VIDEODAN\u00c7A ODOY\u00c1 e MULHER-PEIXE | QUERO (MARGARIDA)<\/strong><\/strong><\/p>\n\n\n\n

  Gravada em Jacum\u00e3 \u2013 Para\u00edba.<\/strong><\/p>\n\n\n\n

  Poesia: Quero (Margarida)(Fran\u00e7a de Olinda)<\/strong><\/p>\n\n\n\n

  \u00cctan: Iemanj\u00e1 foge de Oquer\u00ea e corre para o mar<\/strong> e O casamento de Iemanj\u00e1 com Oroqu\u00ea. \/ Estudos ind\u00edgenas: Texto Iara e Iara: Ci\u00fame, Sedu\u00e7\u00e3o e Proje\u00e7\u00e3o, ambos do fil\u00f3sofo Renato Noguera.<\/strong><\/p>\n\n\n\n

  Neste epis\u00f3dio, atrav\u00e9s da poesia Quero (Margarida)<\/em> de Fran\u00e7a, a pesquisa buscou refletir sobre a rela\u00e7\u00e3o da \u00e1gua salgada do mar e da \u00e1gua salgada das l\u00e1grimas, evocadas pelo poema, com os pap\u00e9is desempenhados pela mulher nos lares (natureza), nas fam\u00edlias, nas rela\u00e7\u00f5es com os homens e nos afazeres dom\u00e9sticos. Assim, nesta videodan\u00e7a\/videopoesia, investiga-se os \u00ectans de Iemanj\u00e1, no seu rol enquanto mulher-m\u00e3e, senhora da casa, provedora do alimento e do leito\/colo, bem comonas vers\u00f5es dos escritos ind\u00edgenas e mitos que versam sobreIara <\/em>enquanto sereia, m\u00e3e-d’\u00e1gua e mulher-peixe. Dentre tantos pap\u00e9is desempenhados pelas mulheres, as atividades dom\u00e9sticas e o cuidado com os filhos s\u00e3o fun\u00e7\u00f5es ao longo da hist\u00f3ria naturalizadas indevidamente como algo restrito ao universo feminino. Para o fil\u00f3sofo Renato Noguera, no \u00ectan O casamento de Iemanj\u00e1 com Oroqu\u00ea “a a\u00e7\u00e3o de Oroqu\u00ea refor\u00e7a que, nas sociedades em que as rela\u00e7\u00f5es de g\u00eanero s\u00e3o muito assim\u00e9tricas, os homens v\u00eaem o descuido com as tarefas dom\u00e9sticas como uma posi\u00e7\u00e3o de privil\u00e9gio”. <\/em>O \u00ectan finda com a n\u00e3o aceita\u00e7\u00e3o de Iemanj\u00e1 dessa condi\u00e7\u00e3o assim\u00e9trica, rompendo o la\u00e7o com Oroqu\u00ea. O mesmo ocorre nos escritos sobre Iara, segundo o fil\u00f3sofo, atrav\u00e9s da interpreta\u00e7\u00e3o de outros pesquisadores e escritores ind\u00edgenas como Sandra Benite (Guarani), Daniel Munduruku (Munduruku) e Davi Kopenawa (Yanomami), pelo v\u00edeis do animalismo, \u00e9 poss\u00edvel pensar que o mito de Iara nos fala que “Iara \u00e9 aquela que salva os homens de sua pr\u00f3pria humanidade”.  “Amarga \u00e1gua, amarga vida, a mais garrida, Ai MARGARIDA!” diz o poeta.<\/p>\n\n\n\n

  VIDEODAN\u00c7A XEUPA BAB\u00c1 | UM NINHO SE FAZ EM PAZ<\/strong><\/p>\n\n\n\n

  Gravada em Olinda \u2013 Pernambuco.<\/strong><\/p>\n\n\n\n

  Poesia: Um ninho se faz em Paz(Fran\u00e7a de Olinda)<\/strong><\/p>\n\n\n\n

  \u00cctan: Orinxal\u00e1 cria a Terra.<\/strong><\/p>\n\n\n\n

  Na simplicidade desta \u00faltima poesia de Fran\u00e7a “Um ninho se faz em paz”, este epis\u00f3dio traz a reflex\u00e3o da terra como o lar dos seres humanos. No \u00ectan de Orinxal\u00e1, If\u00e9 como a ampla morada, o ninho. A riqueza \u00e9 constitu\u00edda na simplicidade da terra\/lar, das \u00e1rvores, da chuva que possibilita o alimento para os seres.<\/p>\n\n\n\n

  EQUIPE:<\/u><\/strong><\/p>\n\n\n\n

  Sobre Marcela Rabelo –<\/strong> Natural de Recife (PE), brincante, bailarina, professora e pesquisadora das dan\u00e7as populares de Pernambuco h\u00e1 v\u00e1rios anos. Atualmente \u00e9 integrante do Maracatu Na\u00e7\u00e3o Pernambuco e da Cia. Artefolia. Realizou trabalhos com diversos grupos como o Bal\u00e9 Bras\u00edlica (Bal\u00e9 Popular do Recife), Criart Cia. de Dan\u00e7a, Bal\u00e9 Cultural de Pernambuco, Bat\u00e1Koss\u00f4, Compassos e Grupo Experimental. Tem participado de espet\u00e1culos, festivais e ministrado cursos e oficinas de dan\u00e7as populares de Pernambuco em sua cidade natal, em diversos estados brasileiros e em outros pa\u00edses. Como pesquisadora, dedica-se ao estudo das dan\u00e7as populares do seu estado e o entrelace com diferentes \u00e1reas. \u00c9 designer, videomaker, Especialista em Dan\u00e7a, Pr\u00e1ticas Corporais e Pensamentos sobre o Corpo (Faculdade Angel Vianna \u2013 RJ) e Mestre pelo programa de P\u00f3s-Gradua\u00e7\u00e3o em Antropologia (Universidade Federal de Pernambuco), voltado para a pesquisa em dan\u00e7as no \u00e2mbito da cultura popular.<\/p>\n\n\n\n

  Sobre Felipe Fran\u00e7a – <\/strong>Produtor Cultural, Pesquisador em Cultura Popular, Gest\u00e3o de Carreiras, Arte-Educador em M\u00fasica e Cultura Popular (voltadas para o resgate da identidade e cultura negra e ind\u00edgena), e Fundador do Ponto de Cultura Bat\u00e1Koss\u00f4.<\/a> Possui ampla experi\u00eancia em Dire\u00e7\u00e3o de Palco, Produ\u00e7\u00e3o e Dire\u00e7\u00e3o Musical (Percuss\u00e3o Afro-brasileira, Afro-cubana e Popular), Fotografia, Audiovisual, Sonoplastia e Trilha Sonora. \u00c9 Baixista, Cantor Popular e Compositor. Filho do Poeta Fran\u00e7a de Olinda.<\/p>\n\n\n\n

  Sobre Marlom Meirelles – <\/strong>Diretor da Eixo Audiovisual<\/a>, produtora de cultura e escola de audiovisual sediada no agreste pernambucano com mais de dez anos de atividade e um curr\u00edculo vasto de realiza\u00e7\u00e3o de projetos em m\u00faltiplas linguagens. Professor de cinema e em projetos de inicia\u00e7\u00e3o audiovisual. \u00c9 idealizador do Curta na Serra<\/a> \u2013 Mostra de Cinema ao Ar Livre, que vai para sua terceira edi\u00e7\u00e3o, e do NUVEM \u2013 Festival de M\u00fasica de Serra Negra<\/a>, ambos festivais acontecem em Bezerros-PE.<\/p>\n\n\n\n

  FICHA T\u00c9CNICA – <\/u><\/strong>“Corpoesia \u2013 A cor da exclus\u00e3o\/@danca.inflamada”<\/u><\/strong><\/p>\n\n\n\n

  Concep\u00e7\u00e3o da pesquisa: <\/strong>Marcela Rabelo<\/p>\n\n\n\n

  Poesia: <\/strong>Fran\u00e7a de Olinda (Poeminflamado)<\/p>\n\n\n\n

  Dan\u00e7a: <\/strong>Marcela Rabelo<\/p>\n\n\n\n

  M\u00fasica: <\/strong>Felipe Fran\u00e7a<\/p>\n\n\n\n

  Pesquisa e cria\u00e7\u00e3o art\u00edstica: <\/strong>Marcela Rabelo e Felipe Fran\u00e7a<\/p>\n\n\n\n

  Capta\u00e7\u00e3o de imagem, edi\u00e7\u00e3o, finaliza\u00e7\u00e3o e orienta\u00e7\u00e3o:<\/strong> Marlom Meirelles<\/p>\n\n\n\n

  Capta\u00e7\u00e3o de imagem e Fotografia:<\/strong> Felipe Fran\u00e7a<\/p>\n\n\n\n

  Edi\u00e7\u00e3o\/Dramaturgia:<\/strong> Marcela Rabelo<\/p>\n\n\n\n

  Sound Design: <\/strong>Valdi Afonjah<\/p>\n\n\n\n

  Produ\u00e7\u00e3o: <\/strong>Felipe Fran\u00e7a<\/p>\n\n\n\n

  Assessoria de imprensa:<\/strong> Andr\u00e9a Almeida (Alcateia Comunica\u00e7\u00e3o e Cultura)<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

  Na encruzilhada de estudos coletivos, o\u00a0Projeto “Corpoesia \u2013 A cor da exclus\u00e3o\/@danca.inflamada” tem poesia de Fran\u00e7a de Olinda, dan\u00e7a de Marcela Rabelo, fotografia de Marlom Meirelles e m\u00fasica de Felipe Fran\u00e7a (filho do poeta) A obra de Fran\u00e7a vive e resiste na mem\u00f3ria daqueles que tiveram a sorte de esbarrar com o ativista po\u00e9tico declamando […]<\/p>\n","protected":false},"author":2,"featured_media":694,"comment_status":"open","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":[],"categories":[41],"tags":[],"yoast_head":"\n